A Apple anunciou nesta quarta (6) mais um investimento bilionário nos Estados Unidos. São US$ 100 bilhões a mais, que se somam aos US$ 500 bilhões já prometidos, e tudo parece muito bonito no papel: empregos, tecnologia, patriotismo…
Mas quando a gente olha de perto, descobre que o iPhone — o produto mais famoso da empresa — vai continuar sendo montado bem longe dali, na Ásia.
E o mais curioso: o presidente Trump parece não se importar com isso.
A placa comemorativa
No meio do anúncio dos US$ 100 bilhões de investimento adicional, Tim Cook fez questão de retirar da bolsa um objeto simbólico — e muito bem pensado — para driblar as tensões e garantir boa relação com Trump.
Ele entregou ao então presidente uma placa de vidro Corning, cortada em formato circular com o logotipo da Apple visível no centro.
O nome de Trump, a inscrição “Made in USA” e o ano — 2025 — também estavam gravados, tudo assinado à mão por Cook.
E, como não poderia faltar, o detalhe visual: a base era feita de ouro 24 quilates, direto de Utah.

O design da peça ficou por conta de um ex-fuzileiro naval que hoje trabalha na Apple — um toque patriótico que vai além da imagem.
A peça foi colocada com cuidado sobre a tradicional Resolute Desk na Sala Oval, diante das câmeras, enquanto Trump aproveitava o momento para anunciar que a Apple agora ficaria livre de novas tarifas de chips, desde que mantivesse seus investimentos nos EUA
Cada um no seu papel
No fundo, isso tudo pareceu mais uma encenação bem ensaiada.
A Apple ganha pontos com o governo, mostra que está investindo no país e escapa da ameaça de novas tarifas.
Trump, por sua vez, aparece como o presidente que está trazendo empregos de volta, ainda que nenhuma fábrica de iPhone esteja sendo construída em solo americano.
É o famoso “todo mundo sai ganhando” — menos quem esperava por uma mudança real.
Vale dizer: o investimento da Apple é verdadeiro. Mas vai para data centers, fábricas de componentes, pesquisa, capacitação.
Isso é bom para os EUA, sem dúvida. Mas quando o assunto é iPhone, a produção continua onde sempre esteve: China, Índia, Vietnã…
Tim Cook sendo Tim Cook
No fim das contas, Tim Cook fez exatamente o que sabe fazer de melhor — e é por isso que a Apple se tornou uma das empresas mais valiosas da história.
Com uma jogada bem ensaiada, conseguiu agradar Donald Trump sem precisar mexer uma vírgula na linha de produção do iPhone, que segue firmemente ancorada na Ásia.
De quebra, ainda garantiu uma posição confortável para a Apple: isenta das novas tarifas que devem atingir outras empresas do setor.
Foi um show de relações públicas, diplomacia corporativa e estratégia comercial.
Não é da minha conta, mas só eu fiquei “preocupado” com o tremor nas mãos do Tim Cook?
Ponto para a economia americana. Um mega investimento de US$ 100 bilhões de alguma forma fortalece a indústria, gera empregos e traz investimentos para o país. Ainda fortalece a imagem de liderança do presidente. Ponto para Trump.
Gostei muito do artigo. Não vejo outro sites comentarem o real motivo por trás dessa trama.
Foi exatamente isso que senti ao assistir. Um teatro.
Experto foi o Tim Cook.
Glub glub
Tim, não pode deixar cair nenhuma gota.
Realmente já está saturado e bem repetitivo ver nas últimas semanas e meses artigos como esse em que o autor, já deixou muito claro o seu desafeto com o presidente norte americano, querendo também expor ou convencer os seus leitores a compatilhar da mesma visão do autor. Porém o mesmo esqueceu de mencionar que ao menos o Ceramic Shield do iPhone vai passar a ser produzido nos EUA pelas fabricas da Corning, ou seja, um avanço, que o autor faz questão de ocultar do leitor