Todo domingo, Mark Gurman, da Bloomberg, publica uma newsletter repleta de análises sobre o mundo da tecnologia, com foco especial na Apple. É comum que, nesses textos, ele antecipe detalhes e segredos sobre lançamentos que a empresa pretende revelar no futuro.
Mas, às vezes, Gurman não traz grandes novidades, apenas reforça ou comenta assuntos que já havia antecipado anteriormente — como foi o caso desta semana.
Mas, como é sempre relevante ouvir o que ele tem para falar, resumimos aqui o que ele trouxe neste domingo na sua newsletter Power On, destacando desde a nova cara do iOS até os desafios políticos e a crescente pressão no campo da inteligência artificial.
A nova cara do iOS: Solarium e a busca por unificação
Gurman confirmou que a principal novidade na WWDC será a reformulação visual de praticamente todos os sistemas da Apple, incluindo o iOS 19.
O projeto, apelidado internamente de “Solarium”, quer trazer um design mais limpo, moderno e coeso, inspirado no visionOS do Vision Pro.
Dessa vez, a mudança não ficará restrita ao iPhone e ao Mac: tvOS, watchOS e até o visionOS também receberão ajustes para garantir uma experiência mais unificada.
Segundo Gurman, essa será a maior alteração estética desde o iOS 7, em 2013.
O objetivo é claro: reforçar a identidade visual da Apple num momento em que outras empresas apostam em transformar radicalmente a experiência digital através da inteligência artificial.

Apple e a IA: passos tímidos diante da concorrência
Enquanto Google e Microsoft avançam com força na integração de inteligência artificial aos seus produtos, a Apple parece adotar um caminho mais cauteloso.
De acordo com Gurman, embora a empresa vá anunciar algumas novidades envolvendo o Apple Intelligence, como recursos para economia de bateria e saúde, não se deve esperar nenhuma revolução.
O destaque, na verdade, será a abertura das APIs de seus modelos de linguagem para desenvolvedores.
Isso permitirá que apps de terceiros integrem recursos baseados nos modelos da Apple, ampliando o ecossistema e fortalecendo a App Store como plataforma para a nova onda de aplicativos com IA.
Porém, o próprio Gurman reconhece: a Apple pode não ter os melhores recursos de inteligência artificial, mas está criando as condições para ter a maior oferta de softwares nesse campo.
Pressão política: tarifas de Trump complicam os planos
Outro tema quente da semana foi o impacto das políticas do presidente Donald Trump sobre a Apple.
Gurman revelou que a relação entre Tim Cook e Trump azedou, depois que o presidente ameaçou impor tarifas de 25% sobre iPhones fabricados fora dos Estados Unidos.
Diante disso, a Apple acelerou a transferência de parte da produção para a Índia, tentando minimizar a dependência da China e reduzir riscos.
Mesmo assim, o cenário é complicado: além das novas tarifas, há o temor de retaliação chinesa, o que poderia prejudicar as vendas em um dos mercados mais importantes para a empresa.
Para a Apple, é um clássico caso de “perde-perde”: produzir nos EUA é inviável economicamente, manter tudo na China é arriscado politicamente, e os custos inevitavelmente pressionam a estratégia de preços do iPhone.

O “fantasma” de Jony Ive e a ameaça OpenAI
Como se não bastasse a pressão política e a corrida pela IA, a Apple também precisa lidar com um golpe simbólico: a parceria de Jony Ive com a OpenAI.
Na semana passada, a OpenAI comprou a startup de Ive por quase US$ 6,5 bilhões, colocando o lendário designer — responsável por clássicos como o iPhone, o iPod e o MacBook — no comando da criação de novos dispositivos físicos para a empresa de Sam Altman.
Para Gurman, essa parceria sinaliza o risco real de que a próxima grande revolução no mundo da tecnologia não saia de Cupertino, mas sim de uma aliança entre dois nomes que já transformaram o setor antes.
E o recado é claro: a Apple precisa acelerar sua transição para a nova era da computação, onde a inteligência artificial será tão central quanto o multitouch foi no lançamento do iPhone.

O que esperar da WWDC e do futuro da Apple
Diante desse cenário, Gurman destaca que a WWDC deste ano será fundamental para definir o tom da Apple nos próximos anos.
Embora o foco esteja na nova linguagem visual dos sistemas operacionais, a empresa precisará mostrar que está disposta a se reinventar, especialmente no campo da inteligência artificial.
O próprio Eddy Cue, executivo da Apple, foi direto ao admitir: “Você tem que conquistar isso todos os dias. Daqui a 10 anos, talvez as pessoas não precisem mais de um iPhone.”
Por enquanto, o iPhone continua dominante. Mas o relógio está correndo, e a próxima revolução pode estar mais próxima do que muitos imaginam.
poderia utilizar a inteligência artificial para administrar a memoria RAM dos MAC com 8GB que eles venderam desde que lançaram o Apple Silicon M1, que ta dando umas travadas nervosas e mostrando que 8GB não é suficiente como eles disseram para o macOS, tanto que esses eles ja lancaram com no minimo 16GB