Medo de tarifas impulsionou corrida por iPhones nos EUA

A expectativa de aumento de preços fez consumidores anteciparem compras, gerando pico nas vendas no segundo trimestre

Durante a apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal de 2025 nesta quinta (31), a Apple revelou que as vendas de iPhones foram impulsionadas por um fenômeno inesperado: a antecipação de compras por medo de tarifas.

O CEO Tim Cook explicou que parte da demanda no período foi movida por clientes preocupados com possíveis aumentos de preços causados por novas tarifas de importação.

Corrida antes do aumento de preços

Nos últimos meses, o governo dos Estados Unidos sinalizou a possibilidade de impor tarifas mais pesadas sobre produtos importados da China e Índia — dois dos principais centros de produção da Apple.

A simples ameaça dessas medidas foi suficiente para gerar apreensão entre consumidores, que correram para comprar iPhones antes que os preços subissem.

Esse comportamento de antecipação, conhecido no setor como “pull-ahead”, foi destacado por Cook como um dos fatores que impulsionaram as vendas no trimestre.

Embora ele tenha evitado quantificar o impacto exato, admitiu que esse movimento afetou o desempenho da companhia.

Vendas dispararam em abril

De acordo com dados da consultoria KeyBanc Capital Markets, as vendas de iPhones nos Estados Unidos aumentaram cerca de 34% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Pesquisas internas da empresa apontam que consumidores visitaram lojas perguntando especificamente se os preços subiriam por conta das tarifas, o que reforça a tese do “pânico tarifário”.

Em algumas unidades da Apple, houve relatos de estoques esgotados e filas incomuns, especialmente em modelos mais populares como os iPhones 16 e 16 Plus.

Apesar das evidências, o próprio Tim Cook havia negado em maio ter identificado um movimento significativo de compras motivadas por tarifas.

A declaração contrastou com informações divulgadas pela imprensa e relatos de varejistas, que já percebiam o fenômeno desde o início do segundo trimestre.

A nova fala do CEO agora reconhece parcialmente que houve sim um impacto — ainda que possivelmente localizado — e sugere que parte do desempenho positivo do trimestre pode não se repetir nos meses seguintes.

Custo das tarifas

Tim Cook afirmou que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aumentaram os custos da Apple — cerca de US$ 800 milhões no trimestre encerrado em junho, com previsão de US$ 1,1 bilhão no trimestre seguinte.

Isso significa que, mesmo com fabricantes diversificando a produção para Índia e Vietnã, boa parte dos iPhones vendidos nos EUA ainda foi afetada pelos aumentos relacionados à cadeia asiática — inclusive com tarifas de até 145% sobre certos componentes de origem chinesa.

Quais podem ser as consequências?

  • Preços mais altos? Embora a Apple tenha conseguido manter os valores até o momento, cada trimestre vem com novos custos que, se persistirem, poderão, sim, acabar sendo repassados aos consumidores.
  • Mais produção fora da China: Tim Cook enfatizou que a maioria dos iPhones vendidos nos EUA já está sendo produzida na Índia, enquanto Macs, iPads e Apple Watches vêm do Vietnã — uma tentativa de contornar a carga tributária.
  • Pressão por fabricação nos EUA: Donald Trump chegou a ameaçar aplicar 25% de tarifa sobre iPhones que não fossem montados nos EUA, o que só reforça a urgência da diversificação.

Mesmo assim, a empresa obteve US$ 94 bilhões em receita e US$ 44,6 bilhões só em iPhones no trimestre — superando as estimativas dos analistas.

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